Como é praxe, em janeiro deste ano o Governo divulgou o percentual de reajuste dos benefícios do INSS, orientado pela variação do índice INPC em 2014. Os aposentados da previdência social que ganham acima do salário mínimo tiveram correção de 6,23%, abaixo da inflação oficial do país (IPCA), que ficou em 6,41%.
Outro fato que vem se observando historicamente é que o reajuste do benefício do INSS vem perdendo também para o do salário mínimo, que observa outra política de reajuste: além do próprio INPC, considera-se em seu cálculo a variação do PIB nos últimos dois anos. Estima-se que esse descompasso entre os critérios de reajuste já tenha feito com que mais de 400 mil aposentados que antes tinham benefício acima do piso agora estejam recebendo o salário mínimo.
Que os benefícios do INSS não são dos mais generosos, isto todos costumamos afirmar. E talvez lhe surpreenderia saber que ainda temos no Brasil uma das previdências públicas mais generosas do planeta. Mas por pouco tempo. Em 2004, após a reforma previdenciária promovida pela Emenda Constitucional n. 41/2003, o salário mínimo era equivalente a R$ 240,00, enquanto o teto representava R$ 2.400,00, equivalente a dez vezes o salário mínimo. Hoje, o teto, de R$ 4.663,75, é 5,91 vezes superior ao salário mínimo, de R$ 788. E a tendência – em todo o mundo – é que não apenas esta diferença seja cada vez menor, mas também que se torne mais difícil obter as condições exigidas para se aposentar, em razão do endurecimento de regras.
A Previdência Social, portanto, pagará cada vez menos. Apenas esta constatação já seria suficiente para justificar a necessidade de que as pessoas se preparem melhor para a aposentadoria, poupando um percentual de suas rendas enquanto podem. Mas não para por ai.
A população viverá cada vez mais. Não sabemos qual o limite da sobrevida humana, mas estamos seguros que a expectativa de vida dos brasileiros ainda possui margem para evoluir por um longo tempo, acompanhando uma mudança que já ocorreu nos países ditos desenvolvidos.
Esta é uma bela notícia, uma ótima conquista para a população. Porém, não basta apenas viver mais: todos queremos viver com qualidade e saúde, o que depende, inexoravelmente, de uma renda de aposentadoria adequada.
É natural constatar que, ao viver mais, o indivíduo deverá poupar mais (para que possa ter a mesma renda por um período maior de tempo) ou deverá trabalhar mais (para diminuir o tempo em que viverá sem nenhuma renda). Portanto, uma das consequências de uma maior longevidade é que devemos estar preparados financeiramente para tal.
Os custos de vida na aposentadoria não serão pequenos. Engana-se quem pensa que, ao aposentar, seus custos de vida diminuirão drasticamente.
É correto pensar que alguns custos irão de fato diminuir ou deixar de existir ao se aposentar. Provavelmente os gastos com transporte serão menores, pois você não irá ir e vir de seu trabalho todos os dias; se hoje você almoça fora de casa, é possível que este gasto também reduza significativamente; e é provável que, se tiver filhos, ao se aposentar eles já estarão financeiramente independentes (apesar de ser cada vez maior o número de filhos que optam por continuar morando com os pais, em idades que antigamente já estariam casados e constituindo suas próprias famílias).
Por outro lado, outros gastos aumentam à medida que envelhecemos. Plano de saúde e remédios são hoje um dos maiores vilões do orçamento de pessoas da terceira idade, consumindo sozinhos cerca de 15% da renda dos aposentados, segundo estudo feito pela FGV. O estudo evidenciou, ainda, que em primeiro lugar estão os gastos com moradia e habitação, que representam 63% da renda. E todos nós queremos envelhecer confortavelmente, com a possibilidade de gozar a vida a seu tempo, viajando, passeando, enfim, fazendo coisas que também possuem algum custo.
De maneira genérica, costumamos dizer que devemos mirar em manter pelo menos 80% de nosso último salário ao nos aposentar, para que não diminuamos o padrão de vida. Mas esta é uma medida muito particular, que depende do nível salarial ao se aposentar, do padrão de vida desejado, dos custos que cada família possui, dentre outras variáveis. Use-o apenas como referência aproximada e crie seu próprio objetivo de renda, para que possa sempre verificar se o quanto você está poupando hoje será suficiente para o que planeja para a aposentadoria.
Poupar é o melhor caminho. Como não sabemos ao certo o quanto viveremos, se o benefício do INSS será suficiente ao nos aposentarmos e qual será nosso custo de vida na terceira idade, enfim, como o amanhã não nos pertence, então prevenir é o melhor caminho. Na preparação para a aposentadoria, poupar de forma adequada muito provavelmente será suficiente para garantir uma boa renda lá na frente.
Quando falo em poupar de forma adequada, quero abranger dois conceitos:
Aos que não pouparem o suficiente, porque não quiserem ou não conseguirem, e que forem contemplados com a benesse de viver até o limite de suas expectativas de vida, certamente restarão poucas opções: ou terão que continuar trabalhando na terceira idade para manter um padrão de vida mínimo, ou irão depender de seus familiares para sobreviver. Não é exatamente o futuro que queremos para nós, certo?
E não pense que você está longe da sua aposentadoria e que não precisa se preocupar com isto agora. Este é o maior erro. Quanto antes começar a caminhada, muito menor será o esforço que terá de fazer ao longo da vida para garantir a aposentadoria que deseja!
E então, você está poupando o suficiente?
Fonte: gama-ca.com.br
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