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Análise Mercado Externo e Interno

Jusprev
1 de fevereiro de 2011

MERCADO EXTERNO

ÁSIA: Os mercados asiáticos iniciaram o mês de fevereiro em alta. A bolsa de valores de Tóquio avançou 0,36%, a de Seul, 0,11%, Hong Kong, 0,15%, e o mercado de Xangai registrou ganhos de 0,30%. Bons números da atividade econômica dos EUA e alguns balanços corporativos melhores do que as projeções dos analistas deram suporte à alta desta manhã, a despeito das elevadas preocupações com a situação política do Egito. Os indicadores divulgados na China não apresentaram uma direção uniforme. O PMI oficial caiu de 53,9 em dezembro para 52,9 em janeiro. Já o indicador de atividade medido pelo HSBC subiu de 54,4 em dezembro para 54,5 em janeiro.

EUROPA: As bolsas européias operam em alta nesta terça-feira. O mercado de ações de Londres avança 1,0%, Paris, 0,8%, e Frankfurt sobe 0,9%. O euro registra alta e é cotado acima de US$ 1,37. As commodities também apresentam ganhos e dão força às ações das empresas do setor minerador. Entre os números conhecidos nesta manhã, destaque para o avanço do índice PMI de atividade industrial da Zona do Euro, que subiu de 57,1 em dezembro para 57,3 em janeiro, atingindo seu maior nível nos últimos 9 meses. Também foi divulgada a taxa de desemprego da Zona do Euro do mês de dezembro, que permaneceu em 10%.

EUA: Os principais índices do mercado de ações dos EUA encerraram a sessão de ontem em alta, com os investidores reagindo a alguns balanços corporativos e aos indicadores de atividade econômica. O Dow Jones avançou 0,58%, o S&P-500, 0,77%, e o Nasdaq subiu 0,49%. Com estes resultados, os índices acumularam ganhos em janeiro (Dow ,7%; Nasdaq ,8%; S&P-500 ,3%). Os principais destaques da sessão de ontem foram as ações das empresas petrolíferas. Além do aumento das tensões no Egito, importante ponto de escoamento da produção de petróleo, o bom resultado divulgado pela Exxon Móbil relativo ao 4º trimestre de 2010 também deu força às ações do setor. Exxon subiu 2,1% e Chevron avançou 1,7%. O preço do barril de petróleo encerrou o dia cotado a US$ 92,2, elevação de 3,2%. Entre os números de atividade conhecidos ontem, destaque para o aumento de 0,7% dos gastos dos consumidores em dezembro e para a alta de 0,4% da renda pessoal neste mesmo período. Por fim, o índice de atividade industrial de Chicago apresentou alta no mês de janeiro. Nesta quinta-feira estão previstos os seguintes indicadores: 13hs – Gastos com construção (prev. 0,1% em dezembro); 13hs – Índice ISM de manufatura (prev. 58,0 pontos em janeiro).


MERCADO INTERNO

JUROS: Diante da deterioração das expectativas retratadas na pesquisa Focus desta semana, além do resultado aquém do esperado na consolidação das contas do setor público em 2010, as taxas de juros futuros passaram por uma nova rodada de alta na sessão de ontem. O DI jan/13 subiu de 12,84% para 12,88% aa e o vencimento jan/14 encerrou a segunda-feira negociado a 12,89%, ante 12,84% aa do fechamento da semana passada. Os vértices mais curtos da curva a termo apresentaram pequenas variações. A pesquisa semanal Focus trouxe nova rodada de elevação das projeções para o IPCA do ano de 2011, que passou de 6,02% para 6,08%, e para o ano de 2012, que subiu de 4,54% para 4,70%. As previsões para a Selic do final deste ano passaram de 12,25% para 12,50%. O BC informou ontem que o superávit primário do setor público foi de R$ 101,7 bilhões em 2010, montante que corresponde a 2,78% do PIB (a meta é de 3,1% do PIB). Este foi o segundo ano que o governo não atingiu a meta estipulada. Na manhã desta terça-feira foi divulgado o IPC-S do mês de janeiro, que registrou alta de 1,27%, acima das projeções do mercado.

CÂMBIO: Apesar das diferentes modalidades de intervenção do Banco Central, o dólar voltou a cair na sessão de ontem e praticamente devolveu os ganhos acumulados na semana passada. A taxa comercial da moeda norte-americana encerrou a segunda-feira negociada a R$ 1,674 nas operações de venda, uma desvalorização de 0,65% em comparação ao fechamento da véspera. Durante a sessão, o BC fez seus dois tradicionais leilões de compra de dólares no mercado à vista e, cumprindo o anunciado na semana passada, realizou três leilões a termo para diferentes vencimentos (todos para o mês de fevereiro). A sessão de ontem também foi marcada pela briga entre comprados e vendidos para a formação da ptax do fechamento do mês de janeiro, usada para a liquidação dos contratos da BM&F. O preço ficou em R$ 1,6734.

BOLSA DE VALORES: A bolsa de valores de São Paulo voltou a apresentar perdas na sessão de ontem e renovou sua pontuação mínima do ano de 2011. O Ibovespa recuou 0,18% e encerrou o último pregão do mês de janeiro aos 66.575 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 6,6 bilhões. Com este resultado, o índice passou a apresentar queda de 3,96% no ano de 2011. A sessão foi mais uma vez marcada por elevada volatilidade e o Ibovespa chegou a operar em alta durante parte do dia, em linha com o desempenho das bolsas dos EUA. No entanto acabou pesando mais uma vez o mau desempenho das ações das empresas do setor financeiro, de construção civil e de algumas varejistas, com os investidores considerando a possibilidade de uma alta mais forte da Selic como medida de contenção da aceleração inflacionária. O expressivo lucro líquido de R$ 10 bilhões do Bradesco no ano de 2010 não foi suficiente para evitar uma nova rodada de vendas. As ações PN do banco caíram 1,5%. Itaú Unibanco PN recuou 1,9% e Banco do Brasil ON, 2%. Na outra ponta, Petrobras e empresas siderúrgicas registraram ganhos. Petrobras PN subiu 1,6%, valendo-se da aceleração dos preços do petróleo no exterior. Usiminas PNA disparou 3,9% após a veiculação da notícia de venda da siderúrgica argentina Ternium.

Carlos Acquisti
Economista

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