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Educação financeira: como o comportamento dos pais estraga os filhos?

Jusprev
6 de março de 2012

Você lida mal com suas finanças, está sempre endividado e ao final do mês é aquela confusão para pagar as contas. Mas, apesar dessa bagunça, morre de medo de que seus filhos tenham problemas financeiros, quando chegarem à fase adulta. Pois saiba que seus filhos estão sempre sendo influenciados e contaminados pela forma como você lida com o dinheiro.

Pensando nessa relação de pais e filhos, é importante ter em mente que, por mais que as crianças tenham aulas de educação financeira nas escolas, elas são fortemente influenciadas pelo comportamento dos pais. De acordo com o coach financeiro Roberto Navarro, há diversos pontos que os pais devem observar, para que seus filhos não tenham problemas com o dinheiro no futuro.

Começando a trabalhar – o coach acredita que, a partir do momento em que os filhos  entram em uma fase em que querem mais independência e liberdade, ou seja, por volta dos 15 anos, vale a pena eles procurarem algum tipo de trabalho remunerado. Isso faz com que entendam que é necessário certo esforço para ter dinheiro.

Assim, independentemente da situação financeira da família, o jovem já deve tentar desenvolver algum trabalho para conseguir o seu próprio dinheiro. Esse rendimento deverá ser administrado por ele, ou seja, ele vai decidir se gasta tudo em uma balada no final de semana ou se poupa para realizar algum desejo maior. Nesse momento da vida, a mesada já não deve mais ser oferecida pelos pais.

Quem paga a faculdade? – seguindo a mesma lógica do item anterior, mesmo que os pais tenham recursos suficientes para pagar a faculdade dos filhos, o coach sugere que o próprio filho pague pelos estudos. O jovem pode, inclusive, optar pelo financiamento estudantil, o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Pelo financiamento, o governo paga os estudos e o jovem só começa a pagar a dívida depois de 1 ano de formado.

Essa é uma forma de mostrar como será a realidade, como é ter de lidar com dívidas. De acordo com Navarro, “é mais difícil para o jovem dar valor nas coisas se o pai dá tudo na mão”. Vale lembrar que, se a família tiver condições, o jovem deve arcar apenas com o custo da faculdade e não com as despesas da casa.

Usando o cartão de crédito – Navarro também é a favor que os pais permitam que os filhos comecem a usar o cartão de crédito o quanto antes, mesmo antes de trabalharem e quando ainda estão recebendo a mesada. O cartão de crédito permite um controle melhor dos gastos, pois na fatura todos os gastos são detalhados.

Assim, ao final do mês, o pai pode sentar com o filho e observar como foram seus gastos, onde ele errou e como ele poderia usar melhor o seu dinheiro. Quando a mesada é dada em dinheiro, é mais difícil entender para onde o dinheiro está indo e quais são os gastos desnecessários. Claro que o pai deve estipular um limite para o cartão.

O comportamento dos pais – ainda pensando em como o comportamento dos pais pode influenciar os filhos, Navarro acredita que, desde cedo, o pai e a mãe devem mostrar que é preciso trabalhar para ter dinheiro. Em famílias, por exemplo, em que só o pai trabalha e a mãe é a responsável pela casa, Navarro diz que é interessante que a mãe busque alguma atividade remunerada.

Em qualquer momento da vida, seja na juventude, seja na aposentadoria, existem opções de trabalho. A mãe pode se tornar revendedora de algum produto ou exercer qualquer outra profissão que mostre ao filho que o dinheiro não chega sem esforços. Se a sua preocupação for formar um adulto financeiramente responsável, vale a pena pensar nisso.

Pai rico, pai pobre – não importa a situação financeira da família, é importante mostrar desde cedo o valor do dinheiro. Mesmo que a criança nasça em uma família muito bem de vida, é importante que ela saiba que é preciso de um longo processo para se chegar a toda aquela acumulação de capital. Se os pais não ensinarem o valor desse dinheiro, ela não vai saber multiplicá-lo.

(InfoMoney)

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