Quem aplica o dinheiro em um plano de previdência aberta pode arcar com o dobro de custos do que aquele que investe em um plano de previdência fechada, mostra estudo da Luz Engenharia Financeira.
A simulação realizada pela empresa considerou uma pessoa com 35 anos de idade que, até a aposentadoria, aos 60 anos, vai aplicar R$ 600 na previdência complementar. Caso opte por uma entidade fechada, esse investidor vai desembolsar R$ 24.089,31 com custos diretos e indiretos envolvidos na aplicação, ao longo dos 25 anos de aplicação. Esse valor sobe para R$ 53.165,53 se ele estiver na previdência aberta.
A análise ainda considerou que, na previdência fechada, foi cobrada taxa de administração de 0,50% e não houve cobrança da taxa de carregamento (que incide sobre cada aporte realizado), enquanto a previdência aberta tinha taxa de administração de 1,20% e 1% de carregamento.
Por outro lado, após 25 anos, o investidor teria uma reserva de R$ 445.849,15 na previdência complementar fechada. Se aplicasse em previdência privada aberta, oferecida por uma seguradora, ele acumularia um saldo de R$ 395.562,01. A rentabilidade considerada foi igual nos dois casos: 6% ao ano.
Outras comparações
O estudo ainda comparou as entidades de previdência complementar abertas e fechadas em relação a critérios como eficiência, custo da gestão previdenciária e financeira, controle da gestão, risco para administradores, risco do patrocinador e política de Recursos Humanos. Para cada um dos itens foi atribuída nota de 1 a 5 (de fraco a ótimo). No caso das entidades fechadas, foram consideradas as patrocinadas por uma empresa (monopatrocinada) ou mais de uma empresa (multipatrocinada).
Quanto à eficiência, diz a análise da Luz Engenharia, a entidade fechada monopatrocinada obteve a melhor nota (5), enquanto a multipatrocinada ganhou nota 3 e a entidade de previdência aberta, ligada a uma seguradora, recebeu nota 1. O resultado considera as rentabilidades acumuladas nos últimos 12 e 24 meses dos fundos de investimento com cotas divulgadas na Anbima.
Em relação aos riscos para administradores e conselheiros, como eles não existem no caso da entidade de previdência aberta, ela recebeu melhor nota (5) do que a entidade de previdência fechada (4). O mesmo ocorre com o risco do patrocinador, que pode ser, por exemplo, empresa, associação ou sindicato que custeia parte do plano do participante. Neste item, entidade fechada de previdência teve nota inferior à da entidade aberta – 4 contra 5 -, devido ao alto risco relacionado à necessidade de aporte em caso de problemas financeiros.
Considerando os custos, mais da metade deles são destinados às áreas de controle e atuária, quando se trata de entidade de previdência fechada que têm apenas um patrocinador. O percentual destes custos cai para 17,78% nas entidades fechadas com mais de um patrocinador e para 6,67% nas entidades abertas de previdência. Em seguida, aparecem os custos com gerência e pessoal, que representam 22,2% nas entidades fechadas com um patrocinador, 16,67%, nas patrocinadas de empresas, e 11,11% nas entidades fechadas patrocinadas por bancos e nas abertas.
A percepção de que o valor do benefício do plano de previdência pode não ser o esperado pode prejudicar a adesão de novos participantes, fator que está ligado a política de Recursos Humanos. Neste ponto, as entidades abertas de previdência e as fechadas patrocinadas por bancos, com nota 3, se saíram pior que as entidades com um único patrocinador ou patrocinadas por várias empresas, que ganharam notas 5 e 4, respectivamente.
(Infomoney)
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