(Previsivelmente Irracional, Dan Ariely)

(Por Myrian Lund, especialista em finanças) Temos por hábito manter as portas abertas para nossas alternativas, como por exemplo: comprar computador com placa expansível para o caso de precisarmos de aprimoramentos de alta tecnologia, comprar seguro após o prazo de garantia, manter os filhos em diferentes atividades para ver qual irá despertar interesse ou mesmo comprar um SUV enorme mesmo que o carro seja só para você.

Segundo Dan Ariely não nos damos conta de que em cada caso estamos abrindo mão de algo, dinheiro ou tempo, em troca dessas opções: ter um computador com mais funções do que precisamos, uma garantia estendida que não normalmente não utilizamos e, com os filhos, sacrificamos o tempo deles e o nosso, tentando proporcionar uma experiência em diversas atividades.

No caso das crianças, isso se reflete na adolescência: que área de especialização escolher na graduação? Como fechar a porta para uma carreira em detrimento de outra? Terminar com um namorado antigo em prol de um namorado novo? E se for do antigo que gosta mais?

Ariely fala da tendência de mantermos o máximo de portas abertas mesmo a um preço alto. Quantas vezes compramos um produto em promoção não porque precisamos, mas porque a promoção vai acabar e não veremos mais aquele preço?

Em 1941, o filósofo Erich Fromm escreveu o livro O medo à liberdade, onde ele declarou que numa democracia moderna as pessoas são atacadas não pela falta de oportunidades, mas por uma abundância delas.

Imagina, no mercado financeiro, você entrando num site de investimentos e vendo uma série de opções (produtos e taxas) para investir: qual escolher? qual será a melhor? E será por isso que a poupança continua a ser o principal investimento de muitos brasileiros?

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