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Semana da Mulher na JUSPREV: confira as dicas financeiras.

Jusprev
5 de março de 2024

A JUSPREV celebra a Semana da Mulher com um conteúdo exclusivo feito em parceria com a especialista em finanças, Myrian Lund e pensado especialmente para o público feminino, levando em consideração as suas particularidades e desafios no mercado financeiro.

Confira abaixo o texto na íntegra e acompanhe as redes sociais da entidade – JUSPREV Previdência no Facebook e @jusprevprevidencia no Instagram – para mais dicas a serem compartilhadas durante a semana:

O empoderamento das mulheres no âmbito financeiro: um papo de mulher para mulher

Esse é um tema que costuma incomodar bastante: seja porque você gostaria de conhecer finanças, mas acha muito difícil ou, seja no meu caso, que conheço profundamente finanças e vejo que é uma disciplina diferente, por envolver muitos números, mas não é difícil, principalmente depois que você entende a base.

De acordo com o estudo “A Relevância das Mulheres nas Finanças das Famílias Brasileiras, conduzido pela Serasa em parceria com a Opinion Box, 88% das mulheres no Brasil têm participação nas finanças das famílias. Além disso, 23% delas são as únicas responsáveis por manter a família financeiramente. Que tal encararmos de frente que, se podemos contribuir para as despesas do lar, podemos também participar da gestão das finanças.

Estudos apontam que as mulheres enfrentam desafios específicos no mundo das finanças:

1) Dificuldade em pensar no Longo Prazo – embora sejam as principais gestoras do orçamento doméstico no dia a dia, têm dificuldade em pensar em dinheiro no longo prazo, o que impacta decisões de investimento e planejamento para a aposentadoria.

2) Delegação de responsabilidades financeiras – Muitas mulheres delegam a responsabilidade de cuidar do dinheiro aos cônjuges. Entretanto, em média, 8 em cada 10 mulheres terão que se responsabilizar pelas próprias finanças em algum momento da vida, seja por divórcio ou viuvez.

3) Baixa representatividade no setor financeiro – A participação feminina em cargos de gestão nos fundos de investimentos e na indústria de fundos de investimentos e na indústria financeira ainda é baixa, tanto no Brasil quanto nos EUA.

No quesito de baixa representatividade no setor financeiro, posso falar da minha própria história. Com muito orgulho, fui a primeira mulher no Brasil a operar com ações, aos 20 anos de idade, e a fazer gestão de 10 clubes de investimento, 2 fundos de ações e 3 carteiras administradas de fundos de pensão e seguradoras. Eu operava e era responsável por toda a área de gestão em renda variável do Banco. Além de administrar o maior volume da indústria de fundos, minha rentabilidade sempre estava entre os 3 primeiros lugares. Na época tinha apenas 30 anos. Como conseguia?

Tive a felicidade de ter 3 grandes chefes professores na minha vida:

O primeiro, quando ainda era estagiária, aos 20 anos, na área de Planejamento numa grande empresa de papel e celulose, me ensinou a analisar empresas e a comprar e vender ações com base em dados.

O segundo, quando fui trabalhar em banco como analista de créditos especiais para empresas. Meu chefe era professor de contabilidade na UFF e uma vez por semana nos levava para a sala de aula e nos ensinava a analisar profundamente uma empresa e seus segmentos de atuação.

O terceiro foi quando resolvi fazer o primeiro curso de especialização em Commodities no Brasil e um dos professores me mostrou como fazer gestão de carteiras, além de me convidar para trabalhar no Banco com ele, como analista de investimentos. Quando ele saiu do Banco, fui convidada a assumir o lugar dele.

Qual os principais aprendizados que tive como mulher no mundo das finanças:

Nós mulheres precisamos de conhecimento para nos aventurarmos no mundo financeiro. Gostamos de investir no que temos domínio. Eu tive 3 professores que me deram a base que carrego até hoje.

Nós mulheres não gostamos de ficar fazendo trades, apostas, operações de altíssimo risco. Gera estresse, ocupa muito tempo e os resultados, quando somados, não são na maioria das vezes expressivos no médio e longo prazo.

Nós mulheres pensamos no futuro sim, mas queremos também qualidade de vida e não precisar ficar trocando de posição nos investimentos a todo instante. Afinal, não é à toa que as empresas procuram mulheres para os seus Conselhos de Administração em função do pensamento de longo prazo, de um resultado econômico sustentável.

O que as mulheres precisam para se inspirar e se empoderar?

1) Buscar conhecimento básico de finanças.

2) Começar a cuidar dos seus investimentos. O juro real (ganho acima da inflação) é alto no Brasil. Hoje está acima de 6%a.a. o que permite realizar investimentos em renda fixa, por meio de produtos diferentes, e, paralelamente, ganhar confiança no mercado. Mas, para começar, é interessante cumprir o item um acima, conhecimento básico de finanças.

3) Começar a pensar em sonhos e objetivos de vida. Todo investimento deve estar associado a um propósito. Você não deve procurar o melhor investimento do momento, mas, sim, o investimento adequado para a data que quer realizar o sonho. Trabalhar com 3 grandes grupos:

a. Reserva de emergência – aqui o objetivo é liquidez diária não só para emergências, mas para oportunidades da vida.
b. Reserva para os sonhos – o prazo dos investimentos deve respeitar a data que quer realizá-los
c. Reserva para aposentadoria – fundo de previdência é uma excelente opção. Procure refazer uma vez por ano a simulação para adequar o valor depositado mensalmente ao seu desejo de renda futura.

4) Ter referências de pessoas para acompanhar e fazer perguntas sobre suas dúvidas. Hoje temos excesso de informação nas mídias sociais e muitas vezes com pessoas de pouca experiência no mercado financeiro, o que pode induzir a uma aplicação malfeita ou que não esteja alinhada ao seu propósito de vida.

5) Acreditar em você. O bom senso é sempre um bom companheiro, como uma bússola interna que nos orienta na nossa jornada: nem conservador demais, nem muito arrojado.

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