Quase metade dos brasileiros não possui qualquer tipo de amparo para a velhice ou para um sinistro que venha acontecer na vida. O alerta é do Indicador Serasa Experian de Educação Financeira do Consumidor. O estudo aponta que 48% dos brasileiros são negligentes quando o assunto é previdência e não fazem nenhum tipo de investimento para sua aposentadoria. O fato é particularmente preocupante em um país que envelhece no dobro da velocidade dos Estados Unidos.
O índice do Serasa é um dos únicos indicadores do nível de educação financeira da população brasileira e o maior em termos de abrangência e nível de detalhes. Para chegar aos resultados, foram consultadas 2.002 pessoas em 142 cidades de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal no primeiro trimestre de 2013.
A pesquisa mostrou que a contribuição à Previdência Social – ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – é o único tipo de investimento para a aposentadoria para 42% dos entrevistados. E apenas 5% combinam a contribuição ao INSS com um plano de previdência privada.
Uma parcela ainda menor, correspondente a 2% dos entrevistados, possui a previdência privada como única forma de acumulação de patrimônio para a aposentadoria.
Cerca de 3% dos entrevistados não souberam ou se recusaram a responder se possuem algum tipo de poupança para a aposentadoria.
Celso Matos, pesquisador responsável pelo indicador da Serasa, afirma que o desleixo do brasileiro em relação à sua aposentadoria pode ser explicado pelo imediatismo com que ele lida com suas decisões financeiras.
Segundo ele, existe uma orientação muito forte ao curto prazo, em detrimento do longo prazo. “O brasileiro pensa que a aposentadoria vai demorar a chegar e acaba priorizando tudo o que quer consumir hoje, independentemente das consequências disso no longo prazo”, explica Matos.
Planejamento
Os dados divulgados pelo Serasa destacam a falta de planejamento do brasileiro, questão que tem sido bastante discutida por especialistas em aposentadoria.
E mesmo quem investe pensando no longo prazo muitas vezes planeja sua aposentadoria da forma errada. Alguns dos equívocos mais comuns são considerar que a aposentadoria durará apenas 10 ou 20 anos, acreditar que os gastos vão diminuir futuramente e investir sem calcular o real efeito da inflação.
fonte: agenciabrasil.ebc.com.br