Análise mercado externo e interno

mar 4, 2011 | Notícias

MERCADO EXTERNO

ÁSIA: As bolsas asiáticas apresentaram ganhos na sessão desta sexta-feira. O mercado de Tóquio avançou 1,02%, Hong Kong, 1,24%, Seul, 1,73%, e a bolsa de Xangai registrou alta de 1,35%. Os investidores repercutiram os fortes números de atividade econômica divulgados nos EUA e na Europa na sessão da véspera e seguiram na ponta compradora. Destaque positivo para as ações da empresas do setor automobilístico. As ações da Toyota subiram 1,2%. Após o fechamento do mercado, a agência de classificação de risco Standard & Poors rebaixou o rating da Toyota por conta das perspectivas de menor lucratividade da companhia. Com relação aos números da região, hoje o Banco do Povo da China informou que houve uma queda de US$ 91 bilhões em novos empréstimos no mês de fevereiro, já refletindo as recentes medidas restritivas adotadas no país.

EUROPA: Os mercados de ações da Europa registram ganhos na manhã desta sexta-feira. A bolsa de Londres avança 0,49%, Paris, 0,22%, e o mercado de Frankfurt sobe 0,64%. O petróleo e as demais commodities também operam em alta. O euro segue subindo e já encontra-se próximo de US$ 1,40, o maior patamar do ano. O clima é de cautela, já que hoje serão conhecidos importantes indicadores do mercado de trabalho dos EUA. Entre os números divulgados na região, destaque para o avanço de 3,8% da produção industrial da Espanha no mês de janeiro (base anual).

EUA: As bolsas de valores de Nova York apresentaram ganhos na sessão de ontem. O índice Dow Jones avançou 1,59%, o S&P-500, 1,72%, e o Nasdaq subiu 1,84%. O movimento de compras verificado na sessão de ontem foi reflexo dos bons indicadores de atividade conhecidos durante o dia. Houve queda dos pedidos semanais de seguro-desemprego (20 mil a menos do que na semana anterior) e o índice ISM de atividade do setor de serviços subiu de 59,4 em janeiro para 59,7 em fevereiro, contrariando as estimativas de queda. As ações das instituições financeiras e das empresas do setor industrial apresentaram os melhores desempenhos. O preço do barril de petróleo registrou pequeno recuo e encerrou a sessão de quinta-feira cotado a US$ 101,9. Nesta sexta-feira estão previstos os seguintes indicadores: 10h30 – Payroll variação na folha de pagamentos (prev. 196 mil em fevereiro); 10h30 – Taxa de desemprego (prev. 9,1% em fevereiro); 10h30 – Remuneração do trabalhador (prev. 0,2% em fevereiro); 12hs – Pedidos de fábrica (prev. 2,0% em janeiro).

MERCADO INTERNO

JUROS: A primeira sessão pós-Copom foi marcada por um ajuste de posições dos investidores. Na noite da última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,5 pp, para 11,75% aa, em decisão unânime e sem viés. O comunicado da reunião somente informou que a instituição deu “seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias”. Outro determinante para o comportamento do mercado de juros foi o anúncio do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, de um aporte de R$ 55 bilhões do Tesouro Nacional no BNDES. A notícia foi recebida com certa surpresa, já que nesta semana o governo havia anunciado os detalhamentos do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011. As taxas reagiram em alta ao anúncio de Mantega. O DI jan/12 subiu de 12,53% para 12,55% aa, o DI jan/13 passou de 12,77% para 12,82% aa e o vencimento jan/14 encerrou a quinta-feira negociado a 12,79%, ante 12,68% aa do fechamento da véspera. Ontem foi divulgado o PIB do 4º trimestre de 2010. Segundo o IBGE, o crescimento foi de 0,7% em relação ao trimestre anterior, em linha com as projeções do mercado. O PIB de 2010 registrou expansão de 7,5% em relação a 2009, a maior alta desde 1986. Na manhã desta sexta-feira foi divulgado o IPCA do mês de fevereiro, que registrou alta de 0,80%, abaixo das projeções do mercado. Em 12 meses o índice acumula alta de 6,01%. Também foi conhecido o IGP-DI de fevereiro. O índice avançou 0,96%, em linha com as expectativas do mercado.

CÂMBIO: O dólar registrou voltou a cair na tarde de ontem e já encontra-se bem próximo de sua menor cotação do ano de 2011. A taxa comercial do dólar fechou a sessão de quinta-feira negociada a R$ 1,652 nas operações de venda, uma desvalorização de 0,48% em relação à véspera. O cenário de diminuição da aversão ao risco no exterior após os bons dados da economia norte-americana e o novo aumento da taxa básica de juros promovido na noite da última quarta-feira são alguns dos motivos para a apreciação do real. A ausência do Banco Central durante a maior parte do dia também foi sentida. Ontem a autoridade monetária realizou apenas um leilão de compra de dólares no mercado à vista. A taxa de corte praticada foi de R$ 1,6522.

BOLSA DE VALORES: A bolsa de valores de São Paulo seguiu apresentando alta na sessão de ontem, em linha com o desempenho registrado nos mercados de ações dos EUA. O Ibovespa avançou 1,28% e encerrou a quinta-feira aos 68.145 pontos. Com este resultado, passou a apresentar alta de 1,13% em março. O volume financeiro negociado foi de R$ 6,2 bilhões. Indicadores positivos de atividade econômica nos EUA e na Europa deram fôlego às bolsas. Por aqui, o forte crescimento de 7,5% do PIB no ano de 2010, o maior desde 1986, e o anúncio de que o Tesouro Nacional fará um aporte de R$ 55 bilhões no BNDES também animaram os investidores. As ações das empresas siderúrgicas foram os principais destaques de alta do pregão. Usiminas PNA disparou 5,8%, Gerdau PN, 4,6%, e CSN ON avançou 1,9%. O setor bancário também teve bom desempenho. Já as blue chips Petrobras e Vale apresentaram pequenas variações. As ações preferenciais da petrolífera avançaram 0,2% e os papéis PNA da Vale, 0,3%.

Carlos Acquisti
Economista
Infinity Asset Management

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