Brasileiro só pensa na aposentadoria com mais de 35

fev 2, 2012 | Notícias

Estudo mostra que maioria dos trabalhadores se considera “jovem demais” para se preocupar com isso

Demorar para se planejar dificulta a complementação do INSS, devido ao prazo limitado de acumulação.

Renatta Giraldi, assistente de comunicação e administração em uma indústria química, aderiu ao plano de previdência corporativo quando foi contratada, em 2009, aos 24 anos.

“Meus pais têm só a aposentadoria do governo, mas sempre pensei em um plano privado para complementar minha renda no futuro”, diz.

A pouca idade faz de Giraldi uma exceção à regra mapeada pelas estatísticas: o brasileiro acorda tarde para o planejamento da aposentadoria. Em geral, o despertar não ocorre antes dos 35 anos.

Um estudo feito pela consultoria RGarber e pela ABRH-RJ (Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos) com 300 funcionários de 30 empresas mostra que mais da metade dos entrevistados com até 40 anos nunca pensou no futuro fora do mercado de trabalho.

“As companhias não estão preparadas para falar com os funcionários sobre aposentadoria. Com orientação, o despertar dos trabalhadores poderia ocorrer mais cedo”, diz o consultor Rogério Garber.
RENDA INSUFICIENTE

O levantamento mostra ainda que, entre os que responderam nunca ter refletido sobre a aposentadoria, 70,5% disseram ser muito jovens para isso; 19% afirmaram que gostam do que fazem ou se imaginam trabalhando para sempre; e 5,7% dizem que é negativo pensar nisso.

Entre os que já pensaram a respeito do tema, 31% disseram ter tomado a atitude por estarem perto da idade de aposentadoria pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social); 28%, por terem colegas se aposentando; e apenas 11% porque passaram por programa de preparação na empresa em que trabalham.

Além disso, 78,4% dos entrevistados discordaram totalmente da afirmação de que estarão com a vida financeira estabilizada com o dinheiro da aposentadoria do INSS.

E 50,4% concordaram totalmente com a premissa de que estarão trabalhando de forma remunerada depois de aposentados pelo INSS. Desses, 88% afirmaram que farão isso porque o valor pago pelo governo é insuficiente.

Quem faz um plano de previdência complementar em uma idade avançada precisa poupar mais por mês para alcançar um benefício suficiente para a aposentadoria.

“Mas, para a maioria dos jovens, não é fácil enxergar as vantagens de investir no longo prazo”, diz Garber.

(Folha de S. Paulo)

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