Especialistas afirmam que uma das alternativas para esse problema é incluir na grade curricular disciplinas que abordem educação financeira e previdenciária.
A educação financeira e previdenciária precisa ser desenvolvida no Brasil o mais rápido o possível. Pesquisas são constantemente divulgadas e comprovam que a maioria dos brasileiros gastam mais do que ganham e não se preocupam com o futuro. Atualmente, um terço dos aposentados precisa trabalhar para complementar a renda familiar.
“As pessoas não perceberam ainda que, se contarem apenas com a previdência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), terão que trabalhar até a morte”, afirma o presidente da Associação dos Fundos de Pensão do Paraná (Previpar), José Luiz Costa Taborda Rauen.
Segundo Rauen, a educação financeira e previdenciária é um dos temas mais importantes, nesse momento, para o desenvolvimento do país e para a garantia de um futuro melhor para as pessoas. “Esse é um tema de grande relevância e, através dos exemplos de outros países, observamos que o Brasil está muito atrasado em relação à educação previdenciária de seu povo”, pondera.
Currículo escolar
De acordo com o presidente do Fundo Paraná de Previdência Multipatrocinada, Renato Follador, a melhor maneira para criar a cultura financeira e previdenciária no país é através da inclusão do tema no currículo escolar. “Mas um bom começo seria atingir os jovens universitários ou aqueles que adentram no mercado de trabalho”, aponta.
“É preciso inserir a Educação Financeira já no ensino fundamental”, afirma o consultor de Economia Familiar da Previpar, Altemir Farinhas, que salienta, ainda, que a educação começa em casa, quando os filhos observam o exemplo dos pais. “As crianças serão os trabalhadores e investidores de amanhã. Elas possuem tenacidade de envolver e incentivar os pais a mudarem de atitude”, pondera.
Experiência Internacional
Para Follador, os países onde a cultura de planejamento financeiro se encontra em estágios mais avançados de desenvolvimento são os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e em alguns países da América Latina e da Europa Central e Oriental. “Nesses países, há desde educação financeira nas escolas, além de programas de incentivo aos planos de aposentadoria”, contou.
“Na Irlanda, por exemplo, que está bem à frente nessa matéria, até mesmo em relação a outros países da Europa, há campanhas na televisão com informações direcionadas ao cidadão antes do ingresso no mercado de trabalho”, conta Follador.
Experiência tupiniquim
Uma experiência nesse sentido foi realizada no Brasil, em 2009, quando um projeto piloto envolveu cerca de 26 mil jovens, de 891 escolas em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Tocantins, Minas Gerais e Distrito Federal. “Como resultado, estes estudantes exibiram melhores hábitos de poupança e comportamento de consumo em relação aos que não tiveram esse conteúdo”, conta Follador.
Para o especialista, ao educar financeiramente o jovem, o resultado é duplamente positivo, pois se cria uma geração melhor preparada e que, também, disseminará seus conhecimentos dentro do núcleo familiar, promovendo um efeito multiplicador.
fonte: www.prevdata.org.br