Já estamos no final do ano! Como passou rápido! Ano Novo chegando e precisamos nos posicionar, planejar, enfim, alinhar nossos sonhos e objetivos de vida.
O cenário econômico atual é bastante desafiador, mas não desanimador. O Brasil, pela sua diversidade, características, riquezas, capacidade de transformação, sempre surpreende. Mas, independentemente desta visão otimista, temos que encarar a realidade e buscar um caminho no meio das incertezas para 2022. Vamos focar em 3 pontos:
PONTO 1
Gestão das nossas finanças – A inflação resistente, a 10,67% nos últimos 12 meses, está corroendo o nosso orçamento. A inflação vai acabar cedendo com a elevação da taxa de juros: hoje a Selic Meta está em 9,25%a.a., em janeiro, deve chegar a 10,75%a.a. e em março é possível chegar a 11,75%a.a. Mas a recessão será inevitável em 2022, quando o PIB deve ficar em 0 ou -0,5%. Principal dica: ter reserva de emergência de pelo menos 3 vezes o gasto mensal. Ter recurso aplicado, com liquidez diária, traz tranquilidade, felicidade e mais harmonia familiar. Cuidado com operações de crédito, as taxas já estão mais altas e é preciso se livrar de alguma conta para pagar a prestação. Evite fazer parcelamento do lojista (aquele “sem juros”?) no cartão de crédito.
PONTO 2
Investimentos – Obedeça ao seu perfil de investidor, seja mais racional do que emocional. O ano de 2022, ano de eleição, continuará a ter grande volatilidade. Haja coração! Por isso, pense e repense onde quer deixar o seu dinheiro. Neste momento a renda fixa tem sido uma grande opção. Quando falamos de renda fixa, nos referimos a três taxas:
Taxa CDI – acompanha a taxa Selic meta; hoje está abaixo da inflação, mas em 2022 e 2023 dará ganho real de 4 a 6% ao ano. Excelente opção. E você ainda pode optar não só por CDB com liquidez diária, mas, também, por CDB com vencimento definido e taxa mais alta, LCI/LCA (sem imposto de renda, com ou sem liquidez após 90 dias). Vale deixar aqui de 50 a 60% dos recursos, enquanto observa o desenrolar de 2022.
Taxa Prefixada – é uma taxa que embute um prêmio em relação ao CDI, em função do prazo e da incerteza quanto ao futuro da taxa Selic meta nas próximas reuniões do COPOM. Vale a pena uma diversificação, mas pequena: 10 a 15%.
Taxa inflação + juros – esta sim é uma opção de investimento bastante interessante em momentos de incerteza; aqui você garante um ganho real em torno de 5%ao ano, investindo em: Tesouro inflação+, LCI/LCA e CDB e CRI/CRA/Debêntures isentas de IR, sempre indexado a inflação + juros
Qual vai render mais? Não sei. Não tem como acertar. Seria uma aposta. E, como toda aposta, o risco é alto. Por isso diversificamos em busca de uma rentabilidade média adequada aos nossos objetivos.
PONTO 3
Previdência Complementar – Não mexa na sua aplicação, não retire dinheiro: ao contrário, deposite mais. Estamos falando de escolha intertemporal: abrir mão de gastar hoje para ter uma vida plena sempre.
Vale a pena observar os dois exemplos a seguir, que relata o efeito do juro composto. Surpreendente!
CASO 1
João começou a sua previdência aos 20 anos, fez depósitos de R$ 150,00/mês, à taxa de 0,5% a.m., durante 10 anos e, depois parou de depositar, mas não mexeu no dinheiro e deixou rendendo durante 30 anos. Aos 60 anos foi verificar o seu saldo. João tinha acumulado R$ 148.786,58
CASO 2
José resolveu adiar o início da previdência e começou somente aos 30 anos com depósitos mensais de R$ 150,00/mês, à taxa de 0,5% a.m. por 30 anos, ininterruptos. Ao completar 60 anos foi verificar o seu saldo. José acumulou R$ 151.430,64
Esse exemplo relata o que a nossa mente não consegue enxergar: o poder exponencial do juro composto no tempo. João depositou (R$ 150,00 x 120 = R$ 18.000,00) bem menos que José (R$ 150,00 x 360 = R$ 54.000,00) e acumulou o praticamente o mesmo montante, pois deixou o dinheiro aplicado rendendo juros.
“Quem se planeja, tem futuro. Quem não se planeja, tem destino”