Recebi um e-mail de um de nossos leitores da série Aposentadoria, Carlos. Ele nos disse o seguinte: “Se possível, queria que vocês compartilhassem minha experiência, pra que outras pessoas não repitam meu erro, isso já me deixaria feliz”.
O que aconteceu com o Carlos?
Ele tem 52 anos, trabalhou a vida inteira (desde os 16) e ainda trabalha numa fábrica de papel & celulose. Sempre pagou INSS e tem um FGTS razoável (a 3% a.a., o máximo que dá pra ter é um FGTS razoável).
Além dessas formalidades, Carlos contribui para plano privado desses oferecidos pela empresa. O problema é que ele trocou de emprego duas vezes, e acabou perdendo parte da grana acumulada nessas trocas.
Bom, vestindo três pés-de-meia, Carlão achou que estava tranquilo com suas obrigações previdenciárias. Ao menos até chegar nestes 52 anos, com a aposentadoria agora dando de cara com seus justos anseios por descanso.
Pegou uma calculadora para somar os ativos e subtrair os tais anseios, e concluiu o que queria ter concluído uns dez ou vinte anos atrás: a conta do Carlos não fecha.
Ele não vai conseguir viver a aposentadoria do jeito que imaginava, com uma graninha pra viajar duas vezes por ano, com um carro maior pra levar os netinhos, e uma casa legal no campo pra curtir o fim de semana com a patroa.
Pior que isso: “Eu percebi que não vai dar nem pra manter meus gastos atuais!”.
Carlos vai ter que fazer um sacrifício, e isso é péssimo. Todos nós (inclusive o Eike) temos grande dificuldade de abdicar do padrão de vida com o qual estávamos acostumados. Você dá uma bicicleta a quem andava a pé, a bike é maravilhosa. Você dá uma bicicleta a quem andava de porsche, a bike é deprimente.
fonte: www.empiricus.com.br