Cada vez mais os brasileiros reconhecem a importância da educação financeira dos jovens. Ensiná-los, o quanto antes, sobre dinheiro, gastos, consumo e planejamento pode fazer uma grande diferença no futuro.
De acordo com o consultor financeiro do Idort, Mario Sergio Romano de Andrade, é importante falar sobre dinheiro com as crianças, principalmente, pois cada vez mais cedo elas se envolvem nos apelos de consumo do mercado.
Há alguns anos, o universo de consumo de uma criança se restringia à cantina da escola. Atualmente, com o advento da internet, com a enxurrada de propagandas – uma vez que as empresas descobriram que atingir os filhos é uma boa estratégia para influenciar a dinâmica de consumo dos pais – e os shoppings centers, os jovens já entram em contato com o mundo de consumo cada vez mai cedo.
Justamente por isso é preciso ensiná-los a lidar com as finanças. “Quando você vai com seu filho aos shoppings, você o está colocando no mercado de consumo”, explica Andrade. Pois bem. Entendido que as crianças também fazem parte e são atingidas pelas propagandas e pelo comércio como um todo, vale a pena observar algumas dicas de como ensiná-las a lidar com tudo isso.
Pais: a principal referência
Antes de mais nada, é bom saber uma coisa. Para as crianças, os pais – o pai e mãe – são as principais referências. Elas vão observar absolutamente tudo que os pais fazem e provavelmente replicar o comportamento. Isso quer dizer que, antes de querer ensinar seu filho a usar de forma correta o dinheiro, certifique-se de que o seu comportamento é o correto.
“O filho insiste que quer um par de sapatos e a mãe fala que não. Depois ele abre o armário da mãe e vê que ela tem 100 pares de sapatos”, explica Andrade. Esse tipo de situação só contribuiu para confundir a cabeça da criança, e dificultar seu entendimento sobre o uso correto do dinheiro.
Dando valor ao dinheiro…
Para o consultor, outro erro grave na educação financeira das crianças é usar o dinheiro para compensar a ausência. Muitas vezes, pais que trabalham demais querem compensar essa ausência com dinheiro e presentes. Isso, porém, também não vai ajudar em nada. A criança ou o jovem precisa aprender a dar valor as coisas.
Quando o assunto é a mesada, há vários aspectos a serem considerados. O grande objetivo da mesada é fazer com que o jovem aprenda a administrar recursos. Ou seja, que passe por situação em que terá que escolher uma coisa ou outra. Se o valor da mesada for muito alto, a criança não viverá uma situação em que terá que decidir por um ou outro caminho.
Além disso, se o valor for adequado, mas os pais não forem firmes suficientes para não socorrer o jovem em situações em que estiver gastado demais, a estratégia também não vai funcionar.
Por fim, a recomendação do especialista é que os pais ensinem os filhos que o dinheiro será algo muito importante em suas vidas e que será preciso administrá-lo bem.
(InfoMoney)