Dinheiro e Felicidade, por Myrian Lund

nov 29, 2021 | Destaque, Educação Financeira, Informativo

Não há dúvida que dinheiro é um dos componentes da felicidade. Mas não é a quantidade de dinheiro que vai definir o seu grau de felicidade. Segundo Paul Dolan, ph.D., economista, professor na London School of Economics, a felicidade é o equilíbrio entre experiências de prazer e propósito, e ela depende principalmente onde depositamos nossa atenção.

Da mesma forma que o processo de produção é importante para converter insumos em produtos, a alocação da atenção tem papel fundamental em transformar nosso dia a dia em felicidade.

A atenção que você dedica às coisas, como tudo na vida, é um recurso escasso. Portanto, para ser mais feliz é importante prestar mais atenção àquilo que o faz feliz e menos àquilo que não o faz, lembrando do equilíbrio entre prazer e propósito ao longo do tempo, ou seja, a felicidade não é uma fotografia de um momento, mas um filme da vida.

Vamos a um exemplo, você está consumindo muito, gastando mais do que poderia e ficando no negativo todos os meses. É necessário parar, anotar para onde o dinheiro está indo e tomar as providências para que as despesas fiquem dentro do orçamento do mês e que você consiga fazer uma reserva de emergência e uma reserva para a aposentadoria. As reservas financeiras são insumos que vão permitir que você distribua melhor à sua atenção. Quem está endividado, por exemplo, produz mal no trabalho, tem estresse familiar, pois a sua atenção está concentrada na dívida. Então, o melhor é agir para equilibrar o pensamento, mesmo que seja usar uns momentos da sua vida com a tarefa não prazerosa de fazer uma planilha. Você dedicará uma atenção momentânea à sua vida financeira em busca da tranquilidade duradoura.

Da mesma forma, quem já tem reservas financeiras e ouve falar nas mídias das vantagens de fazer “day trade” via “compra e venda de ações” para ganhar mais dinheiro, mas não tem perfil para isso, pode ficar sem dormir direito, mantendo a atenção focada nos preços dos ativos e nas possíveis perdas com a volatilidade.

Esse é um exemplo de cegueira situacional, ou seja, você fica com a atenção tão concentrada no mercado que esquece de outros estímulos que poderiam lhe trazer mais felicidade, como passear com a família, ler um livro, ver um filme, ou outro.

Será que não vale a pena você diversificar e deixar os recursos em fundos de investimento de renda variável, onde o gestor tem a atribuição de fazer a gestão? Esse tempo você pode dedicar para ter maior liberdade de pensamento e desenvolver outras atividades equilibrando prazer e propósito. Que tal, vamos prestar mais atenção ao que nos deixa felizes, não em um momento, mas, na maior parte do tempo?

Fonte: DOLAN, Paul. Felicidade construída: como encontrar prazer e propósito no dia a dia. 1ª ed. Rio e Janeiro: Objetiva, 2015

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