Já pensou em qual é a melhor forma de um casal iniciar o planejamento financeiro? Será que é melhor uma conta junta ou separada? Falar em finanças envolve os planos e sonhos de cada um. No artigo do mês, a especialista em finanças, Myrian Lund traz dicas que podem ajudar nessa organização. Confira:
Casal: conta corrente junta ou separada? – Este é um tema bastante controverso. Então vamos simplificar a análise para que cada casal tome a melhor decisão. Na verdade, temos dois enfoques:
a)Enfoque estratégico – é a forma como as finanças do casal é direcionada. É muito importante que os dois caminhem na mesma direção, com os mesmos sonhos e objetivos de vida para o curto, médio e longo prazo. É isso é que vai permitir que o casal enriqueça, que atinja as metas e os desejos. Vamos escrever, em família, nossos sonhos? Veja a planilha que disponibilizamos aqui.
b)Enfoque operacional – este é o mais difícil, pois lida com as formas de tomar as decisões de consumo, de poupança e de investimento no dia a dia. São quando aparecem as brigas! Minha primeira recomendação é que leiam o livro de Daniel Kanheman: Rápido e Devagar: duas formas de pensar.
Alguns aspectos importantes:
1. AUTOCONHECIMENTO – As pessoas são diferentes, umas mais racionais, pensam mais antes de tomar uma decisão; outras mais intuitivas, emocionais, tomam as decisões na hora, sem refletir muito e avaliar as consequências.
2. REGRAS DE BOLSO – Cada um deve ser responsável por cuidar do seu próprio dinheiro do dia-a-dia, utilizando limites de cartão de crédito e cheque especial de acordo com as suas características pessoais. Evite situações ou ferramentas que podem fazer você gastar mais que o necessário.
3. SONHOS – como os sonhos são comuns, o casal agora, sim, pode fazer a conta conjunta e investir de forma a fazer o dinheiro crescer mais rápido, com custos mais baratos e um volume que permita a diversificação em ativos diferentes.
4. APOSENTADORIA:
I. Se os dois trabalham é importante que cada um faça a sua aposentadoria separadamente. Não juntamos dinheiro da aposentadoria com os demais investimentos, pois ela deve ser tratada independentemente para o bem-estar de cada um, ou do casal, na idade mais avançada.
II. Entretanto, se um dos cônjuges não trabalha, este assunto precisa ser definido entre o casal, pois, no momento atual, a previdência privada complementar passou a ser de vital importância para todo indivíduo. O ideal é que o cônjuge que trabalha faça depósitos mensais numa Previdência para aquele que cuida dos afazeres domésticos, por exemplo.
Como planejadores financeiros estimulamos os casais a pensarem no futuro, seja por conta de uma separação ou de uma morte não esperada. O que está em jogo aqui é a tranquilidade do casal e, não, se o evento vai ou não ocorrer, até porque são situações que não temos como prever. O melhor é estar sempre preparado.
Tem dúvidas sobre este tema? Envie suas questões para comunicacao@jusprev.org.br.
Sobre a autora:
Myrian Lund, CFP é planejadora financeira certificada, mestre em Gestão Empresarial pela FGV, especialista em Finanças pelo IBMEC e administradora pela EBAPE/FGV. Está cursando Doutorado em Business Administration na ESC-Rennes/França. Sua experiência profissional inclui 20 anos em cargos executivos no Mercado Financeiro. É consultora de finanças pessoais e realiza palestras e workshops de Planejamento Financeiro Pessoal em Instituições Financeiras e empresas. É co-autora dos livros Mercado de Capitais da série CADEMP e Liderança e Motivação da Série Gestão de Pessoas da Fundação Getulio Vargas.
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