Um tema que ainda gera muitas dúvidas para as famílias. Como envolver as crianças e jovens no planejamento financeiro e incentivar um bom uso do dinheiro? A especialista em finanças, Myrian Lund, preparou um artigo sobre o tema. Confira:
Como as crianças, em casa, percebem a relação dos pais com o dinheiro? Uma relação de sacrifício, de escassez, de brigas ou prazerosa, de satisfação, de harmonia, de organização e de planejamento?
O papel do dinheiro na vida das famílias está ganhando um peso cada vez maior, influenciando as relações entre marido, mulher e filhos. Para ter sucesso financeiro, a organização das finanças e o planejamento financeiro a curto, médio e longo prazo são essenciais no mundo contemporâneo. Nada melhor do que fazer isso com a participação de todos que utilizam ou que dividem o mesmo orçamento, inclusive as crianças e os jovens.
A figura a seguir apresenta o modelo que deve ser seguido nas reuniões familiares, evidenciando a importância do equilíbrio entre CONSUMO e POUPANÇA, norteados por um PLANEJAMENTO e baseados no ORÇAMENTO FAMILIAR.
Veja o que cada item significa:
ORÇAMENTO – Como nos organizamos para fechar as contas do mês? E aqui podemos usar os 5 Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar) na análise das contas, da planilha.
PLANEJAMENTO – Como nos planejamos para realizar os nossos sonhos e objetivos de vida? Planejar é estabelecer objetivos e os meios par alcançá-los.
CONSUMO – Precisamos? Temos dinheiro? Precisa ser agora? Essa reflexão ajuda a adiar o consumo e não cair em armadilhas (promoções, influência dos outros, ostentação, falta de atenção aos pequenos valores, entre muitas outras).
POUPANÇA – É o dinheiro que se guarda com o objetivo de utilizá-lo no futuro.
Além do envolvimento nas contas da família, é importante que as crianças recebam mesada, na verdade, semanada, a partir do momento que já sabem fazer adição e subtração. Uma regra sugestiva para os pais: dar R$ 1,00 por idade por semana. Exemplo: uma criança de 8 anos, pode receber R$ 8 por semana. Mas, atenção, ao dar semanada, os pais devem considerar que isso é como um “salário”, para o consumo e para a poupança. Pais, estimulem que seus filhos utilizem a mesma dinâmica: planejar o quê e onde querem consumir. Aprender a poupar, a guardar para uso futuro. Esta é a grande herança que os pais podem deixar para os filhos.
Quando a criança se torna jovem e já começa a encontrar os amigos no shopping, por exemplo, é interessante que tenha mesada para que aprenda a dividir o dinheiro no mês, a fazer escolhas e a decidir onde vai gastá-lo.
Para saber mais, acesse o site www.vidaedinheiro.gov.br e conheça a Estratégia Nacional de Educação Financeira, que apoia ações que ajudam a população, adultos, crianças e jovens, a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes.
Sobre a autora:
Myrian Lund, CFP é planejadora financeira certificada, mestre em Gestão Empresarial pela FGV, especialista em Finanças pelo IBMEC e administradora pela EBAPE/FGV. Está cursando Doutorado em Business Administration na ESC-Rennes/França. Sua experiência profissional inclui 20 anos em cargos executivos no Mercado Financeiro. É consultora de finanças pessoais e realiza palestras e workshops de Planejamento Financeiro Pessoal em Instituições Financeiras e empresas. É co-autora dos livros Mercado de Capitais da série CADEMP e Liderança e Motivação da Série Gestão de Pessoas da Fundação Getulio Vargas.
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