Educação: o que diz a Psicologia Econômica

nov 1, 2013 | Notícias

Educação previdenciária e financeira é prioridade que ninguém discute, apesar dos desafios que todos sabem não ser pequenos. Fica mais fácil, porém, se tivermos uma melhor ideia de como funciona  a cabeça do público-alvo, seja participante em dúvida se faz ou não contribuições extraordinárias, empregado de patrocinadora que resiste em participar ou trabalhador e mesmo profissional liberal que pensa em ingressar em um plano instituído. Uma especialista recomenda simplicidade na abordagem, uma vez que “muitas vezes o trabalho de educar se confunde com alfabetizar, tantas são as carências e a inércia”, resume Luciane Fagundes, consultora em psicologia econômica da Mirador Atuarial.

Mesmo entidades que introduziram há muito tempo a possibilidade de escolha do perfil de investimento relatam facilidades. Há casos conhecidos mostrando que mesmo aquelas que promovem  giros de exposições  por dezenas de cidades para esclarecer os participantes,  apesar dos avanços observados têm a sensação  de que é preciso  fazer sempre mais.

Para Luciane, está absolutamente claro que fornecer informação apenas não basta, é preciso ter estratégias para superar a inércia e as falhas do pensamento racional. E não se pense que este seja um problema que afeta apenas países com maiores carências educacionais, como é o caso do Brasil. “Pesquisa feita nos EUA mostrou que professores universitários optaram no início por um certo estilo de alocação de recursos e nunca mais mexeram nas opções feitas”, relata Luciane.

Conhecedora das descobertas da psicologia econômica, Luciane desfila algumas certezas acerca do que os cientistas já descobriram sobre o processo de pensamento humano. Hoje é evidente, por exemplo, que homens e mulheres, podendo escolher, nem sempre tomam as melhores decisões no que concerce aos seus próprios interesses. Essa falta de racionalidade tem uma forte relação com as expectativas que muitos de nós alimentam de obter gratificação instantânea. Enfim, entre um futuro garantido daqui a 20 ou 30 anos, de um lado, e a compra de um modelo de carro mais caro, de outro, não poucos podem sim tomar o segundo caminho.

A psicologia econômica insiste também que as emoções precedem o ato propriamente de pensar. Em resumo, em primeiro lugar sentimos, o que talvez não deixe uma chance para a racionalidade mais tarde.

“Nada menos de 85% de nossas decisões são tomadas de forma impulsiva, desacompanhada de um pensamento mais reflexivo”, acrescenta Luciane, que completa: “e como a regra é o pensar rápido, evitamos os raciocínios mais complexos”.

Resultado, decisões que dizem respeito ao longo prazo tendem a ser adiadas. Mas, claro, nem tudo está perdido e se aquilo que estamos oferecendo é algo vantajoso as nossas chances crescem. “Sempre lembrando quando formos agir que as decisões dependem muito da forma como apresentamos as informações”, arremata Luciane, lembrando a importância de se abordar as questões de uma maneira positiva, colocando em destaque o que é positivo.

fonte: www.mirador-atuarial.com.br

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