Atualmente, no Brasil, é possível se aposentar por idade ou tempo de contribuição. Neste último caso, são 30 anos de contribuição para mulheres e 35 anos para que os homens tenham direito a 100% do valor de sua aposentadoria. Mas será que é necessário pensar nisso com antecedência?
“Os atuais contribuintes do INSS contribuem para garantir os benefícios pagos aos aposentados e não para garantir seu próprio futuro. Nós apenas contamos nosso tempo de contribuição”, lembra José Altair Monteiro Sampaio, que é bancário e diretor executivo da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar) e do Conselho deliberativo da Fundação Banestado de Seguridade Social (Funbep).
Outro aspecto para se pensar sobre a aposentadoria: é necessária a adesão à previdência privada?
Benefícios da previdência privada
Atualmente, a chamada Previdência Privada Complementar tem, na verdade, caráter suplementar, uma forma de poupar parte da renda. O benefício deve ser programado de acordo com sua necessidade e capacidade, lembrando que não tem caráter de proteção familiar em caso de morte ou invalidez.
“O dinheiro fica guardado num fundo de investimento ou de previdência durante os anos de contribuição, geralmente com um tempo mínimo de permanência para ter direito à retirada”, explica José Altair. “A melhor época para uso desse dinheiro é após os 65 anos de idade e o valor depende da contribuição, pois o benefício não cobre o salário até atingir o valor da ativa”. Por isso, a recomendação é que o valor de saque, definido pelo aposentado, deve considerar despesas extras como viagens e plano de saúde, entre outros. As despesas fixas devem ser cobertas com o orçamento do valor da aposentadoria da Previdência Social.
A previdência privada suplementar pode ser abatida até 12% do imposto de renda. O valor da taxa de administração nos fundos de pensão é abaixo de 1% e paga-se também uma taxa de entrada. Algumas empresas já oferecem, por adesão. Mas se a sua empresa não oferece, é possível adesão individual em instituições financeiras ou nos próprios fundos de pensão. O cenário mais indicado é optar pela mesma tributação do salário (na hora do saque do benefício), pois a tabela é progressiva.
Previdência Social
Sobre os benefícios pagos via Previdência Social (INSS), entre eles a aposentadoria, há um temor generalizado de que o sistema seja deficitário, que no futuro não haja orçamento suficiente para os aposentados. Para fazer o contraponto a esse discurso derrotista, todos os anos a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) e a Fundação ANFIP divulgam o livro “Análise da Seguridade Social”.
A edição referente ao ano de 2013 foi publicada no início deste mês de setembro e o resultado é equivalente aos últimos anos: houve superávit de R$ 76 bilhões em 2013.
As entidades avaliam que a Seguridade Social exibiu um bom resultado em 2013, embora menor do que o apresentado em 2012. “Em um ano de baixo crescimento econômico e volumosas desonerações, as receitas totalizaram R$ 651,0 bilhões, superando em R$ 55,3 bilhões a arrecadação de 2012”. A arrecadação previdenciária cresceu 11,9% de acordo com o estudo. As despesas da Seguridade somaram R$ 574,8 bilhões, 12,0% acima dos valores de 2012 e despesas com o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) somaram R$ 357,0 bilhões.
“A imensa maioria dos ataques à Previdência Social parte de uma construção que aponta pela incapacidade presente e futura de serem financiados o conjunto dos benefícios. Não é por acaso que as conclusões sempre apontam para a necessidade de reformas que ampliam carências e reduzam benefícios”, relata trecho da análise.
Fonte: www.bancariosdecuritiba.org.br