O que fazer quando, num casal, um tem o perfil gastador e, o outro, mais poupador? É melhor ter conta conjunta ou independente? Como evitar que desavenças sobre dinheiro não minem um relacionamento? Dúvidas como estas são comuns, de acordo com o educador financeiro Álvaro Modernel. Mas há solução.
“Com respeito às diferenças, diálogo, companheirismo e flexibilidade de ambas as partes, é possível evitar um problema maior, como uma separação por causa de dinheiro. Como em quase todas as esferas do relacionamento, também nas finanças muitas vezes é preciso que cada um ceda um pouco”, afirma o especialista.
Modernell diz que os principais desentendimentos estão relacionados ao tipo de decisão e às prioridades de cada um, quando conflitam com às do parceiro. Isso ocorre mais em casais que conversam pouco, que não compartilham sonhos ou que dão pesos diferentes às coisas.
“Quando um é muito gastador e coloca o casal em situação delicada ou difícil, é natural a revolta do outro. Da mesma forma quando um é muito econômico ou previdente e o outro prefere pensar mais no presente. Neste caso, a frustração desperta naquele que preferia desfrutar mais a vida, ao invés de acumular dinheiro.”
Algumas atitudes colaboram para minimizar o problema, como planejar, definir limites, escolher uma estratégia e estabelecer metas e objetivos. “Isso evita desgastes pela discussão de cada situação do cotidiano. Com regras claras e combinadas entre os dois, tudo fica mais fácil”, completa Modernell.
Ainda segundo o educador financeiro, as divergências e até mesmo os perfis diferentes podem ser positivos. “Os desentendimentos ajudam a evitar excessos, tanto nos gastos quanto nas economias, no conservadorismo e no arrojo dos investimentos.”
Contas bancárias
Modernell afirma que, entre as muitas alternativas existentes, a que vem se mostrando mais efetiva é a do casal ter três contas: uma individual para cada um e outra conjunta. De preferência, todas no mesmo banco, para reduzir custos e facilitar a operacionalização.
“A conta conjunta deve ser alimentada por ambos, na proporção da renda de cada um. Ambos devem ter acesso, mas aquele que se mostrar mais afeto aos assuntos financeiros pode fazer a gestão”, explica.
A partir da conta conjunta, devem-se fazer os pagamentos da casa, as compras para a família, os investimentos para objetivos e os sonhos compartilhados e até mesmo a mesada dos filhos.
“Já a conta individual serve para que cada um possa manter certa independência com despesas pessoais e até mesmo investimentos e sonhos de consumo que não tenham a cumplicidade do parceiro. Não se trata de esconder gastos ou investimentos, mas de permitir que cada um preserve uma parte da sua individualidade.”
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