Falta de planejamento é marca dos brasileiros

out 31, 2014 | Notícias

52% não têm plano B para manter a renda na velhice.

Realizada em 15 países em janeiro e fevereiro de 2014, a pesquisa A Nova Cara da Aposentadoria, encomendada pela seguradora Mongeral Aegon, ouviu 16 mil pessoas, inclusive no Brasil, que pela primeira vez foi incluído no levantamento. No quesito preparo para a aposentadoria, a principal conclusão é que também aí falta ao brasileiro capacidade de planejamento. O país teve nota 6,8, em uma escala de 0 a 10, desempenho considerado mediano pelos pesquisadores, superado, contudo, apenas pela Índia (nota 7,0).

Como a coleta de informações se deu via internet, os responsáveis pela pesquisa atribuem o resultado relativamente positivo ao fato de os internautas daqui serem moderadamente informados. Mais que a média nacional e internacional, esta rebaixada devido à presença de Índia e China, que também entraram no levantamento, mas contam com esquemas pouco eficaz de previdência social oficial ou privado.

Na mente dos entrevistados, a perspectiva de longo prazo não tem quase nada de tranquilizadora. Via de regra as pessoas consideram que irão trabalhar por mais tempo, com aposentadorias que com o tempo tenderão a perder valor e, portanto, exigirão esquemas alternativos de poupança pessoal ou familiar.

Diante das dificuldades estruturais de financiamento, no caso europeu em especial, os cidadãos terão de bancar gastos crescentes com poucas oportunidades para os fundos de pensão ampliarem a massa de dinheiro disponível em caixa. Será necessário ter fôlego para lidar com o desemprego elevado, o que representa custo para a previdência e reduz as contribuições, no caso dos sistemas baseados em aportes de empregados e empregadores, como o brasileiro.

Estar informado, revela o estudo, não significa necessariamente estar com tudo em ordem para se aposentar. Na ponta do lápis, 47% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter planos a respeito, mas apenas 22% manifestaram ter algum tipo de solução contratada com vistas à aposentadoria, seja um plano privado complementar, uma aplicação PGBL ou VGBL, ou mesmo um seguro de vida.

Por outro lado, 27% dos brasileiros não têm nenhum plano para o futuro pós-profissional, menos do que a média internacional captada pelo estudo, de 40%. Índia e China mais uma vez afetaram a média global, dessa vez para cima.

O grande problema é que o aumento da qualidade de vida tem levado as pessoas a ter uma vida longa, o que é bom, claro. Antigamente as pessoas paravam de trabalhar aos 65 anos, mas viviam menos. Agora têm boa chance de viver até os 85, 90 anos, e terão, portanto, um período de aposentadoria muito maior. Ou seja, elas precisam se preparar muito mais, avalia Andrea Levy, assessor da presidência da Mongeral Aegon do Brasil. Mas a questão é saber quem irá financiar esses custos crescentes. E quais as informações que precisam ser levadas em conta para um indivíduo ser capaz de enfrentar esse novo cenário, com o planejamento necessário.

As mulheres também passaram a ter menos filhos, foram para o mercado de trabalho, o que aos poucos cria outro problema social sério, considera Levy, pois é muito mais difícil para um filho cuidar dos pais quando for o momento. Essa situação exigirá dos futuros aposentados maior capacidade para fazer frente aos gastos médicos, que tendem a ficar mais altos.

A saída passa por montar uma estratégia de médio prazo, para uma renda garantida a partir dos 70 anos, quando o mais provável será estar fora do mercado de trabalho. No caso brasileiro, 52% dos entrevistados, segundo o estudo, não têm plano B, apostam que continuarão a ter trabalho mesmo mais velhos. Mais da metade das pessoas não considera o risco de invalidez e que pode afetar seriamente a sua preparação para a aposentadoria, anota a pesquisa.

Para acessar o relatório completo da pesquisa, clique aqui.

fonte: www.sindsegsp.org.br

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