(Por Myrian Lund) Se você quer independência financeira e o que dinheiro sirva para você atingir seus sonhos e objetivos de vida, precisa conhecer essa regra de ouro.
Pela regra 70/30 o seu padrão de vida cotidiano, ou melhor, as suas despesas devem se limitar a 70% da sua renda mensal líquida.
– Como viver com 70% se hoje não sobra dinheiro?
– Tudo é uma questão de ponto de vista, de flexibilidade, de criatividade, de readequação à uma nova realidade que vai trazer, com certeza, mais prazer e mais felicidade.
– Como?
– Em primeiro lugar é fazer uma releitura da sua vida, do seu estilo de vida, do que realmente lhe traz felicidade e dos seus planos para daqui 5, 10 anos ou mais. Como você se imagina daqui 5 anos, por exemplo? Estará trabalhando? Morando onde? Que hobbies? É necessário plantar hoje o que queremos colher no médio e longo prazo.
Vamos voltar à sua vida hoje. Que tal olharmos cada uma das despesas e analisar item a item fazendo as seguintes perguntas: eu preciso? é essencial ou um desejo? se excluir essa despesa o que vai prejudicar a minha vida? posso substituir por algo mais barato? É sempre importante lembrar que R$ 3,00/dia não vai lhe fazer falta, mas (3,00 x 360 dias), em um ano, R$ 1.080,00 seria muito bem-vindo. Arrisco a dizer que é o somatório de pequenas despesas que dificulta a sua relação com o dinheiro.
Duas variáveis limitam nossas ações, obrigando-nos a ajustar a ‘realidade que gostaríamos’ com a ‘realidade que podemos’: tempo e dinheiro. Ambos são escassos e ultra necessários. Por isso precisam ser bem planejados e guardados com chave de ouro para serem utilizados a nosso favor, para as nossas realizações pessoais e familiares. E é aqui que entram os 30% da regra 70/30.
– O que são exatamente esses 30%?
– É o dinheiro que você separa ao receber a sua renda mensal e que vai direto para as caixinhas: reserva de curto prazo, reserva para a aposentadoria e reserva para os sonhos.
Sim, você merece ter tudo o que deseja, mas com planejamento, por que a nossa mente tão ansiosa por experiências, se satisfaz com o que aparece na frente, deixando nossos reais desejos em segundo plano. E acabamos enviesando nossos sonhos para atender o prazer imediato, que depois de saciado, nos deixa na mão, pensando com arrependimento: por que agi pelo impulso? por que comprei isso?
– E como evitar essas atitudes impulsivas?
– Eu gosto muito da resposta que foi dada numa palestra por Daniel Kanheman, prêmio Nobel de Economia em 2002 e autor do livro: Rápido e Devagar: duas formas de pensar: “delay”. Até para quem é ‘trabalhado nas Finanças’ e conhece as heurísticas e os vieses comportamentais, pode ser traído pela mente impulsiva. Por isso, o melhor antídoto é: não tome decisão financeira, nem compre nada, nem aceite convites, sem antes verificar de onde esse dinheiro vai sair. Se o dinheiro é limitado, alguma coisa você terá que abrir mão. O que precisará abrir mão? isso é uma questão de prioridade e precisa ser negociado com os nossos dois sistemas de decisão: sistema 1 (imediatista) e o sistema 2 (racional).
