Mesmo com desconto, comprar carro exige pesquisa; veja dicas

maio 30, 2012 | Notícias

A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o corte nos juros foram estratégias anunciadas pelo governo federal na tentativa de aquecer a economia e incentivar a compra do veículo zero km, após quedas de 12.4% nas vendas em abril. De acordo com a Anfavea, os carros ficam em média 10% mais baratos. Mas para quem se motivou com tanto incentivo, é preciso ter cuidado ao comprar ou financiar um novo, sem comprometer o orçamento ou se individar, de acordo com especialistas.

Para quem já tinha planejando a compra de um veículo, os impactos são positivos. Mas quem decidiu comprar neste momento é preciso cuidado, segundo Reinaldo Domingos, educador financeiro e presidente da DSOP Educação Financeira. “É que a maioria dos consumidores só pensa no custo da compra e das prestações que pagará mensalmente e esquece que isso ocasionará diversos outros custos, como despesas de manutenção, combustível, manutenção, IPVA, seguros, licenciamento, lavagens e, até mesmo, possíveis multas”, ensina, acrescentando que o custo mensal de um carro equivale a 3% de seu valor em média.
O diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, faz coro para que a compra não seja feita por impulso. “As publicidades vão tentar convencer o consumidor a ‘correr antes que acabe’. Mas tenha cautela e nunca deixe de pesquisar e analisar as ofertas do mercado como condições de pagamento e de entrega, descontos e promoções e taxa de juros”, explica.

Com a divulgação das novas listas de preços com a redução do IPI, o consumidor deve estar atento se estes estão mesmo sendo praticados nas revendas. O consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive alerta que antes da redução, o interessado em um zero km podia encontrar algum tipo de promoção, tal como desconto sobre a lista de preços. Agora, é provável que a postura do funcionário em uma concessionária seja diferente. “Mas negociar sempre é possível, e isso vai depender do produto, do estoque na revenda e de uma outra série de coisas que envolvem a venda. O melhor negócio é pesquisar sempre”, diz.

Se depois de toda a avaliação, a decisão final do consumidor for a compra de um zero, a melhor forma de adquiri-lo é pela compra à vista, na opinião dos consultores. “Se esta possibilidade não passa de um sonho, recomendamos dar uma entrada no financiamento – algo em torno a 20% ou 30% do valor total do carro. Se puder dar mais, melhor. Outra dica é financiar com o menor número de parcelas possível. Dessa forma, você pagará menos juros”, completa Góes.

Confira dicas do Procon-SP para fazer uma compra sem erros:

– Evite compras por impulso. Nunca deixe de pesquisar analisar as ofertas do mercado como: condições de pagamento e de entrega, descontos e promoções, taxa de juros e acessórios;
– Se for financiar, não basta que a parcela caiba no bolso. Carro não significa investimento, mas gastos. Cocê terá de arcar com: combustível, revisões, manutenção preventiva, seguro, IPVA, seguro obrigatório, licenciamento;
– Prefira comprar à vista. Se não puder, dê uma entrada no financiamento, de 20% ou 30% do valor total do carro. Se puder dar mais, melhor;
– Financie com o menor número de parcelas possível para pagar menos juros
– Leia atentamente o contrato e, em caso de dúvida, questione o vendedor ou procure um órgão de defesa do consumidor;
– A financeira não pode cobrar taxa de boleto bancário;
– O Procon-SP entende que a chamada “taxa de cadastro” é abusiva;
– Na hora da compra, leve consigo os panfletos publicitários e exija as condições apresentadas;
– Verifique se o automóvel escolhido está disponível para entrega imediata e, caso contrário, qual o período de espera. Este prazo deve ser estipulado no contrato que celebrará a aquisição, assim como: informações quanto aos acessórios básicos e opcionais, especificações do carro, valor total do bem, valor de cada prestação e data de vencimento delas, frete, taxa de juros e encargos por atraso do pagamento (a multa não pode ultrapassar 2%);
– Não deixe de exigir a nota fiscal de compra e o manual de instruções em língua portuguesa

(Terra)

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