A participação de aposentadorias e pensões na renda cresceu entre 2003 e 2009, segundo revelam dados divulgados ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
De acordo com o levantamento, no período, a participação das aposentadorias e pensões na renda passou de 12,8% para 17,1%, sendo que este aumento se deu nos estratos intermediários e superiores de renda.
A explicação para tal fenômeno, diz o Ipea, é que a maioria dos beneficiados se encontra nestas faixas. “Há uma grande concentração do montante das aposentadorias nos extratos mais altos de renda, com os 10% e os 20% mais ricos apropriando-se, em 2009, de 44% e 61%, respectivamente”.
Auxílios trabalhistas
Por outro lado, quando se trata da participação na renda dos auxílios trabalhistas e transferências de renda de caráter assistencial, como o Bolsa-Família, as pessoas de menor renda concentram a maior parte dos benefícios.
De modo geral, estes benefícios respondem por 1,4% da renda, participação quase três vezes superior à apurada em 2003.
Tributos
O estudo do Ipea analisou ainda o impacto que o sistema tributário tem sobre a renda do trabalhador e concluiu que a carga tributária brasileira exerce peso excessivo sobre as camadas sociais de menor poder aquisitivo.
Para o economista do Ipea, Fernando Gaiger Silveira, segundo publicado pela Agência Brasil, os impostos indiretos que incidem sobre os itens de consumo seriam os grandes responsáveis pelo fato, equivalendo a quase dois terços da carga tributária, ou seja, o dobro dos impostos diretos e contribuições arrecadadas das classes sociais de melhor renda.
Fonte: InfoMoney