O País está ficando velho, e de forma acelerada, o que poderá alterar a legislação previdenciária, na opinião do secretário de Políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim. Segundo ele, a população brasileira está envelhecendo bem mais rápido do que ocorre em outros países.
Os dados do Censo de 2010, elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), estão sendo aguardados pelo Ministério da Previdência Social para avaliar as demandas futuras para o pagamento de aposentadorias e a sustentabilidade do sistema previdenciário, conforme reportagem da Agência Brasil.
Rápido envelhecimento
Falando sobre o envelhecimento dos brasileiros, Rolim destacou que atualmente 10% da população do País tem mais de 60 anos, mas em 2050 esse percentual vai chegar a 30%.
Esse rápido envelhecimento torna necessário rever a legislação previdenciária, de acordo com a opinião do gerente do Projeto Componente da Dinâmica Demografia do IBGE, Fernando Roberto Albuquerque.
O gerente acredita que a época para a revisão já passou, sendo preciso considerar, por exemplo, que a esperança de vida ao nascer no Brasil é de 73,48 anos, ou seja, 3 anos a mais do que a uma década.
Entre os dados do Censo 2010 que terá repercussão futura no financiamento da Previdência está a taxa de fecundidade. Atualmente ela está abaixo da taxa de reposição, ou seja, o número médio de filhos por mulher, que era 2,38 em 2000, caiu para 1,86 em 2010. Vale destacar que o conjunto da população envelhece porque diminui a proporção de crianças.
Desigualdade social
A forte desigualdade social no Brasil também é evidenciada com os dados do Censo 2010. A pesquisa revelou que a parcela dos 10% da população que tinha os maiores rendimentos, ganhava em 2010 44,5% do total do rendimento do País. Já os 10% mais pobres ganhavam somente 1,1%.
Foi observado ainda que a pobreza tende a ser mais feminina e rural. A renda na zona rural representou 46,1% (R$ 596) da média verificada na zona urbana (R$ 1.294). Já o rendimento médio mensal das mulheres (R$ 983) representou 70,6% da renda dos homens (R$ 1.392).
(InfoMoney)