Saiba como investir no futuro de seus filhos

ago 1, 2011 | Notícias

Títulos do Tesouro Direto, previdência privada e mercado acionário são as opções mais recomendadas pelos especialistas

A garantia de um futuro financeiro tranquilo para os filhos é preocupação constante entre os pais. Mas, escolher a melhor opção de investimento nem sempre é uma tarefa simples. Afinal, foi-se o tempo em que as crianças contavam apenas com uma caderneta de poupança. Hoje, é cada vez maior o número de pais – e até avós – que investem em previdência privada, renda fixa ou variável. Para os especialistas em finanças, a escolha dependerá principalmente do perfil da aplicação. “No processo de seleção, deve-se levar em consideração o valor a ser aplicado e o prazo de investimento. Além disso, é fundamental estabelecer a finalidade da reserva financeira, já que isso será fundamental para escolher a melhor aplicação”, afirma o consultor financeiro Mauro Calil.

Foi com o objetivo de conseguir maior segurança financeira para o futuro de sua filha que o publicitário Adriano Ferreira e sua esposa decidiram investir em previdência privada assim que Heloisa completou dois anos. No modelo do VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), o casal dividiu o investimento entre renda fixa e ações mistas controladas pelo banco. Para manter ativa a aplicação, todos os meses o casal faz aportes de R$ 100 e, em datas especiais como o aniversário da filha e o Natal, complementam o investimento com valores de R$1 mil. “Escolhemos investir na previdência porque é seguro. Além disso, mesmo que a Heloísa não precise dessa reserva, ela poderá dar continuar à aplicação”, afirma Ferreira. “Também queremos deixá-la ciente da aplicação para que use o dinheiro de modo consciente e tenha bases de educação financeira logo cedo”, diz.

Os planos de previdência privada são alternativas seguras para quem deseja fazer uma reserva financeira em longo prazo. Neste tipo de investimento a diferença entre as duas modalidades – VGBL e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) – é a incidência de tributos. A primeira opção é destinada para aqueles que fazem declaração simplificada de Imposto de Renda (IR) e tem a vantagem de ser tributado apenas em relação ao ganho de capital, ou seja, sobre a rentabilidade. Já no PGBL o investidor pode deduzir de sua base de cálculo do IR as contribuições feitas a esses planos até o limite de 12% de sua renda bruta anual, mas no momento do saque, será cobrada tributação de acordo com as alíquotas da Receita Federal. “A vantagem de aplicar em planos de previdência privada é que há também a possibilidade de inserir um pouco de risco na aplicação, o que pode aumentar a rentabilidade, e ainda obter ajuda de um gestor”, afirma Calil.

Outra opção para quem deseja garantir uma boa reserva financeira aos filhos e investir direto na renda fixa é o Tesouro Direto. Seguro e com rendimento maior de que poupança e fundos, aplicar no programa de venda de títulos do governo federal aparece como um bom investimento. “Os títulos do Tesouro são vantajosos em suas diversas categorias. A modalidade do NTN-B (Nota do Tesouro Nacional de série B), por exemplo, é indexada ao IPCA e isso diminui o risco de perda do investimento, já que é protegido da inflação”, diz Samy Dana, professor de finanças da Faculdade Getulio Vargas (FGV).

Pensar na quantia destinada à aplicação é outro ponto fundamental para quem está investindo no futuro dos filhos. Segundo Calil, não é indicado que os pais façam aportes únicos para a reserva, mas sim regulares (de preferência mensais) e por, no mínimo, 15 anos. “Ir aumentando o investimento ao longo do tempo é mais seguro, já que deste modo é possível controlar a movimentação e ter tranqüilidade no bolso”, diz. “Além disso, os investimentos devem ser feitos em nome dos filhos para que esteja bem caracterizado quem é o proprietário da reserva, pois muitos usam o dinheiro para resolver dificuldades no orçamento”, afirma.

Quando a dúvida gira em torno da rentabilidade, segundo Carlos Stempniewski, professor da Faculdade Integradas Rio Branco, o ideal é buscar aplicações que realmente compensem. “Para medir o retorno de um investimento pense algo em torno de 12% ao ano, para cobrir a inflação e possíveis taxas administrativas. Além disso, busque sempre rendimentos maiores que a Selic (taxa básica de juros da economia)”, diz.

Nesse quesito, a poupança, que ainda é a primeira opção de muitos pais, não é considerada um bom negócio no longo prazo. Indicado para investimentos pequenos e de curta duração, a poupança não é necessariamente uma reserva lucrativa para os filhos, já que apresenta pouca rentabilidade apesar da liquidez diária.
Oportunidades na bolsa

Embora apresente risco maior do que renda fixa, investir na bolsa de valores pode gerar alta rentabilidade. Segundo Calil, como a reserva financeira é destinada às crianças, o risco não deve ser considerado perigoso. “Para investimentos voltados a filhos de até 15 anos o ideal é aplicar tudo no mercado acionário, já que as ações em geral se rentabilizam ao longo do tempo. Além disso, quem tem mais prazo do que uma criança?”, questiona.

Disposto a buscar boas oportunidades de investimento para o filho recém-nascido, o executivo Paulo Portinho decidiu aplicar na bolsa de valores por meio de um clube de investimento. Portinho, que ocupa a gerência do Instituto Nacional de Investidores (INI), criou seu próprio clube – que hoje conta com 30 pais investidores – e faz aportes mensais de R$ 100. “Na minha avaliação, essa é a aplicação adequada para meu filho, já que nesta idade é mais interessante pensar em aplicações com maior rendimento e um pouco mais de risco do que nas com menor risco”, diz.

(IG)

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