Saiba como organizar suas finanças

jul 2, 2012 | Notícias

O consultor da Anefac Louis Frankenberg destaca fatores fundamentais para o planejamento do orçamento e controle das dívidas

Organizar a vida financeira é um grande desafio na vida da maioria das pessoas. Afinal, é difícil pensar em poupar para o futuro enquanto no presente existem tantos atrativos para o consumo. Até mesmo o governo incentiva os gastos da população com a redução de impostos de bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos. Mas o que é possível fazer para conseguir comprar tudo o que se precisa e almeja, sem deixar de planejar a aposentadoria?
O diretor de Finanças Pessoais da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) Louis Frankenberg recomenda que as pessoas anotem todas as despesas para terem uma noção do destino do seu dinheiro e, consequentemente, saberem o quanto podem gastar. Além disso, deve-se analisar o que poderia ter sido cortado, ou seja, ver se o gasto com aquele determinado bem ou serviço foi necessário e indispensável.

“Veja se realmente vale a pena usar seu dinheiro para esse fim. Se não, corte esse gasto o quanto antes. Procure pensar quais são seus objetivos de vida, se você quer gastar com coisas dispensáveis e carregar o estresse das dívidas constantemente ou se você quer uma vida tranquila, com conta bancária e poupança, sabendo que não está devendo nada a ninguém”, aconselha Frankenberg.

Segundo o especialista, o brasileiro paga em dívidas 30% do que ganha. O melhor a fazer é parar de gastar dinheiro em prestações. O limite, de acordo com ele, deveria ser entre 5% e 10% da renda e a única coisa que justifica o pagamento de juros e o endividamento de fato é a aquisição de casa própria. Ele também ressalta que mesmo sendo difícil adquirir um bem à vista, as pessoas devem evitar as compras a prazo para os gastos não acumularem no futuro.

Incentivos

Sobre as novas medidas do governo para incentivar o consumo, Frankenberg afirma são incorretas, pois é preciso que as pessoas já endividadas reflitam sobre os outros gastos que terão. “Se oferecem credito onde não é preciso fazer nenhum grande sacrifício, as pessoas acabam aceitando facilmente. Somos consumistas por natureza”.

O diretor da Anefac afirma que o índice de inadimplência cresceu nos últimos anos porque o crédito foi muito facilitado, incentivando as classes a consumirem cada vez mais, mesmo aquelas que não podiam gastar. E o consumidor, por sua vez, não conseguia analisar seus orçamentos para incluir um novo pagamento de prestação da mercadoria ou dos serviços e acabava em meio a uma bola de neve.

Solução

Para conseguir consumir na medida certa as pessoas precisam aprender como lidar com o dinheiro. “A educação financeira deveria ser ensinada na escola para os jovens aprenderem a organizar, planejar e administrar o que possuem.” Controlar os impulsos também é um fator importante.

E para quem já está no vermelho, o melhor a fazer é cortar os gastos, renegociar dívidas e ficar o tempo necessário com uma rigorosa economia. “O ideal é saber que não adianta comprar algo caro e pagar em várias vezes e, sim, fazer o possível para comprar à vista e pedir desconto. Acima de tudo, a pessoa deve se esforçar para guardar dinheiro, ter uma poupança, uma reserva financeira para o futuro. Na velhice tudo dependerá daquilo que você acumulou anteriormente”, ressalta.

“O indivíduo pode deixar de gastar com alimentação, educação, transporte e lazer. É importante jogar fora este péssimo e custoso hábito de comprar a prazo e estimular o prazer de pechinchar e obter desconto pagando em dinheiro, cheque ou cartão dentro dos 30 dias regulamentares. Uma vez eliminado o endividamento atual, que pode em média levar de um a três anos, a pessoa terá melhor qualidade de vida, gastando mais em itens antes proibidos em seu orçamento atual”, conclui Louis Frankenberg.

Veja 7 fatores para ajudar no planejamento da aposentadoria:

+ Fique atento ao tempo que lhe falta para se aposentar e quanto patrimônio financeiro já tem acumulado;

+ Analise se a aposentadoria do INSS será o suficiente ou se você precisará de uma renda complementar (ex.: previdência privada);

+ Leve em consideração no seu orçamento mensal que a melhor educação para você e seus filhos poderá absorver até 30% de suas receitas líquidas;

+ Ao pensar nas suas fontes de rendimento e tipos de investimentos daqui a 20 ou 30 anos, é preciso levar em conta o futuro valor aquisitivo da nossa moeda ou o fator inflacionário;

+ Os pesados tributos diretos e indiretos que pagamos em nosso país devem estar embutidos no cálculo das futuras receitas e despesas;

+ Lembre-se que a tendência é vivermos por mais tempo nos próximos anos, portanto é fundamental estarmos preparados economicamente, levando em conta a longevidade;

+ É importante considerar que as despesas médicas têm absorvido parte importante do orçamento dos aposentados. Veja se seu plano de seguro saúde é qualificado e se você pode confiar inteiramente nele.

(Band)

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